Aos Alunos

Caros Colegas,


À parte de qualquer Associação, decidi criar este blog para que todos se possam continuar a expressar até e depois da AGEDUM Extraordinária convocada para dia 11 de Julho, às 15h, no anfiteatro B1 CP2.

Não pretendo assumir nenhum movimento de luta, mas apenas ajudar a disponibilizar um local onde todos possam expressar preocupações, medos, testemunhos, opiniões.

Parece-me lógico que, tendo-o feito, não tenha qualquer intenção de silenciar quem quer que seja, contudo apelo à boa educação e peço, encarecidamente aos alunos que tentem ser objectivos e civilizados na sua forma de expressão.
Por uma questão de não descredibilizar o curso sinto-me na obrigação de eliminar comentários que excedam o limite do razoável, mas, em prol da transparência e para que não surjam dúvidas, tentarei colocar todos esses comentários num local à parte, para consulta.

Por mais que sintam que alguns docentes não merecem, peço-vos também que os tratem pelo seu nome com educação. Já que nos queixamos de falta de respeito, vamos mostrar que somos melhores e que, mesmo com imensas razões para o não fazer, conseguimos e sabemos criticar sem faltar ao respeito de ninguém.

Se alguém tiver algum texto, mais do que um comentário, pode envia-lo para o email do blog (criando um email anónimo, se quiser: www.safe-mail.net) e eu publico-o em forma de post, desde que cumpra os "requisitos mínimos de educação".

Força Direito!

Como dizia um certo apresentador de um programa:

"A nós, ninguém nos cala!"

JusticaParaDireito

sábado, 14 de julho de 2007

in "Diário do Minho"



1ª Página


Alunos de Direito da UM contestam elevadas taxas de reprovação

As elevadas taxas de reprovação, a tardia disponibilização dos sumários e programas das disciplinas e o incumprimento dos prazos para a afixação das notas por parte de alguns professores são os principais motivos de uma onda de descontentamento que se gerou entre os alunos do curso de Direito da Universidade do Minho


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Alunos de Direito da UM revoltados com elevadas taxas de reprovação


As elevadas taxas de reprovação, a tardia disponibilização dos sumários e programas das disciplinas e o incumprimento dos prazos para a afixação das notas por parte de alguns professores são os principais motivos de uma onda de descontentamento que se gerou entre os alunos do curso de Direito da Universidade do Minho.

A insatisfação extravasou os "corredores" da academia através da blogosfera, onde, nos últimos tempos, se têm avolumado os mais variados comentários. Com a chegada da época de exames, precedida por um acto de agressão física por parte de um aluno ao presidente da Escola de Direito, adensaram-se as preocupações, pelo que a Associação de Estudantes de Direito da Universidade (AEDUM) decidiu convocar, esta semana, uma assembleia geral extraordinária para discutir os problemas e tentar encontrar soluções.

"A reunião não foi para criticar a Escola de Direito, mas para analisar a situação interna e perceber os motivos deste descontentamento", salvaguarda a presidente da AEDUM, Cláudia Castro, confirmando que "há, de facto, pessoas que se sentes prejudicadas por um ou outro regime".

A dirigente associativa diz que a reunião decorreu de forma "muito pacífica e ordeira" e foi muito profícua, na medida em que foram apresentadas propostas concretas para tentar resolver algumas questões.

Cláudia Castro realça que os estudantes têm o direito à indignação e a manifestarem-se contra medidas ou procedimentos que eventualmente os prejudique, mas devem faze-lo em sede própria, com os meios adequados e não através de blogs anónimos, com "carácter destrutivo e ofensivo".

Da assembleia geral - em que participaram delegados de turma de todos os anos, elementos da AEDUM, da ELSA - Uminho e outros estudantes de Direito - saiu um documento com várias reivindicações que vai ser discutido e negociado com a Escola de Direito.
Cláudia Castro adianta que as propostas passam pela disponibilização atempada dos sumários e programas das diferentes cadeiras, para que os alunos, sobretudo os trabalhadores-estudantes, possam estar a par das matérias previstas para os exames e preparar-se com tempo para as provas.

Quanto às taxas de reprovação, a dirigente associativa reconhece que há algumas disciplinas - mesmo excluíndo os ditos "cadeirões" - em que só dez a quinze por cento dos alunos conseguem passar.

Além disso, refere, muitas vezes, as notas só são lançadas com 24 horas de antecedência antes da realização das provas orais, deixando os alunos sem tempo para estudar e sem a possibilidade de saberem em que é que erraram.
Por isso, a AEDUM propõe que haja fixação de critérios de correcção de exames; realização de orais públicas; criação de uma norma interna que fixe um prazo para o professor lançar as notas; disponibilização de uma fotocópia da prova corrigida, nem que seja necessário pagar; e a criação de uma base informática onde as classificações sejam colocadas logo após terem sido lançadas na secretaria, porque há alunos que não têm facilidade de se deslocar diariamente à universidade.
Cláudia Castro considera a Escola de Direito da UM "uma escola exigente" e compreende que, num quadro de competição com outras Faculdades de Direito, "queira sempre mais e melhor".
Apesar de concordar que existem fragilidades, a presidente da AEDUM acentua ainda que os alunos de Direito da UM "são dos melhores no acesso à Ordem dos Advogados e estão classificados em primeiro lugar no Centro de Estudos Judiciários".

Não é fácil conciliar exigência e sucesso escolar
diz presidente da Escola de Direito, Luís Gonçalves

O presidente da Escola de Direito da Universidade do Minho reconhece que têm havido algumas dificuldades em conciliar "qualidade, exigência e sucesso escolar". Instado pelo "Diário do Minho" a pronunciar-se sobre as reivindicações dos estudantes, Luís Gonçalves fala de alguma "carga dramática" nesta época de exames e salienta que as decisões não se podem tomar com base em emoções.

"A Escola e a Universidade regem-se por normas que têm de ser cumpridas", diz o catedrático, acrescentando que sempre valorizou o "diálogo construtivo, leal, aberto e sem perder de vista os critérios de rigor e qualidade".

Luís Gonçalves refuta alguns argumentos invocados pelos estudantes, nomeadamente no que diz respeito à disponibilização dos programas, que se encontram na secretaria logo nos primeiros quinze dias após o início das aulas.
O professor universitário lembra que há um calendário escolar que os professores têm de respeitar, embora admita que haja "casos pontuais" em que, "por razões alheias à vontade do docente", não se verifique o estrito cumprimento das datas.

De qualquer forma, sublinha, uma grande parte das propostas dos alunos vai ser satisfeita, já a partir do próximo ano, com a criação de uma plataforma de e-learning, que vai permitir um conhecimento mais interactivo, não só dos programas, como também das classificações nos exames.

Quanto à cedência de uma fotocópia da prova corrigida, o responsável pela Escola de Direito diz que o procedimento está previsto no novo Regulamento sobre Inscrições, Avaliação e Passagem de Ano, aprovado no dia 4 de Julho, em situações de recurso da classificação.

No que toca ao insucesso escolar, o catedrático nota que, regra geral, os alunos mais assíduos são os que conseguem melhores resultados e que o curso tem um elevado número de alunos que não pode frequentar as aulas. E é neste aspecto que a prevista plataforma de e-learning poderá ajudar bastante.

Luís Gonçalves sustenta ainda que tem havido a preocupação de introduzir métodos de avaliação inovadores, que requerem um papel mais activo não só por parte do professor, como também do aluno. Além disso, a Escola tem tomado algumas medidas para melhorar o desempenho/avaliação em algumas unidades curriculares.

A credibilidade do curso é uma prioridade para o presidente da Escola de Direito, que se congratula com o facto de já haver "dez gerações de licenciados com prestações muito apreciadas" no mercado de trabalho, e, por isso, está disposto a analisar quaisquer propostas que representem um aperfeiçoamento dos métodos de aquisição de competências, desde que estas não descurem o rigor seguido até agora.

Deixo aberta à discussão a notícia divulgada hoje, dia 14 de Julho de 2007, pelo jornal Diário do Minho.
Ao mesmo tempo, aproveito para salientar que deve ter havido um engano da parte do jornalista que entrevistou Cláudia Castro, pois o único blog anónimo de que tenho conhecimento é este e, parece-me particularmente claro que o seu conteúdo não é "destrutivo", muito menos "ofensivo". Parece-me que deve ter havido um engano e o jornalista confundiu-se com alguns comments colocados no blog "Casino da Elsa".

Desde o momento em que tomei a iniciativa de criar o blog, deixei bem claro que o seu objectivo era proporcionar um espaço de discussão sem censuras, onde os interessados podem expor as suas opiniões de forma civilizada e educada, facto que penso que tem sido respeitado pelos comentadores deste blog.

Talvez um dia, este blog deixe de ser anónimo. :)

7 comentários:

Anónimo disse...

Parece que começa a fazer-se luz....
Mas, parece-me tambem que há uma enorme falta de sensibilidade da escola, nomeadamente do seu presidente, para lidar com a exposição aos media.
O Doutor Luís Gonçalves ou não vê, ou não quer ver o que se passa no seu feudo. Aquilo a que ele chama "situações pontuais", eu chamo situações quotidianas. Pontuais são mesmo os bons exemplos...
Aproveito tambem para chamar aqui a atenção para um problema que tenho visto discutir muito pouco, mesmo na AGEDUM... o problema de Direito Penal. mas como é uma cadeira em que as pessoas vão passando, não se levantam grandes ondas... Não sei o que vai ser de nos nas provas de acesso á ordem ou ao CEJ, mas duvido muito que alguem consiga preparar-se minimamente com os ensinamentos (ou a falta deles) ministrados sobretudo pelo Dr. Conde Monteiro.
Gostaria por ultimo, e no seguimento de um assunto desencadeado por alguns colegas na ultima AGEDUM, de refer que o MONITOR Dr. Claudio, para alem de ter melhorado a sua nota a DIP do segundo ano para DEZASSETE VALORES, está este monitor inscrito em melhoria ás cadeiras de Dto. Administrativo I e Dto. Processual Administrativo, todas elas cadeiras em que o monitor auxilia e até corrige exames, e onde pelos vistos foi um aluno muito MEDIANO.... Que pouca vergonha!

Aluno Indignado!

Anónimo disse...

Devo dizer que não me surpreende a reacção pública do Doutor Luís Gonçalves.
Na posição em que se encontra de Presidente da Escola, penso que o seu papel externo é exactamente o de "desdramatizar" a situação. Agora, a nível interno, espero muito sinceramente, que consiga demonstrar a sensibilidade necessária à situação, e trabalhar, junto com a AEDUM, enquanto representantes dos interesses dos alunos, para resolver os problemas que, inequivocamente existem.

Quanto à questão de Direito Penal, confesso que já me foi levantada por antigos alunos e, especialmente na parte processual, os ex-alunos sentem imensas lacunas, embora a sua grande capacidade de estudo lhes tenha permitido colmata-las e ter aproveitamento nessa área. De todo o modo, creio que, de facto, será um aspecto importante a ser tocado, pelo que me permito sugerir o envio de um email para a AEDUM, conforme pedido pela Cláudia Castro, a assinalar este ponto.

Quanto ao Dr. Cláudio, não tinha conhecimento de tais factos. Não querendo duvidar do que diz, a ser verdade, penso que, de igual modo, merecia alguma atenção da Escola. Independentemente das competências pessoas do Dr. Cláudio, penso que este tipo de situação permitida pela Escola só contribui para a sua descredibilização enquanto docente. Pelo que, se não por nós, pelo Dr. Cláudio, tal situação deveria ser alterada.

A.F.D.

Anónimo disse...

Cara A.F.D.
Sei que não duvida do que escrevi, mas ainda assim, e para que não subsista qualquer duvida (nomeadamente nos restantes leitores), quanto ao assunto "Dr. Claudio", a veracidade do que exponho, pode facilmente ser aferida bastando para isso consultar a secção "inscritos em melhoria" no site dos SAUM.
Quanto ás qualidades (ou falta delas) do citado monitor, confesso que também não as conheço, pois embora tenha sido apresentado numa aula de Direito Processual Administrativo pelo regente da cadeira, nunca sequer lhe ouvi a voz...
A situação até nem seria grave, não fora o facto de o já mencionado monitor ter, no presente ano lectivo, corrigido as provas de:
- Direito Administrativo I (1º Semestre)
- Direito Internacional Publico
- Direito Processual Administrativo
- !!! DIREITO PENAL I !!!

Quanto à questão de direito penal , mais concretamente as prestações de qualidade duvidosa do Dr. Conde Monteiro, posso informar que essa questão foi de certo modo abordada por pelo menos um colega na AGEDUM, no entanto, e como compreenderá, atendendo à pessoa em questão, esta situação reveste-se de um especial melindre, e por isso, não consta taxativamente nas conclusões da citada assembleia.
Cumprimentos

Aluno Indignado!

Anónimo disse...

Há um fenómeno estranhissimo q tenho verificado estes últimos dias q é a baixa participação dos estudantes de Direito neste blog...Na altura q ele foi criado, aquando da discussão ter deixado de poder ser feita no Casino da Elsa, achei q era uma iniciativa bastante interessante mas infelizmente o contributo dos estudantes não foi como seria de esperar!Mesmo q anonimamente!Fica aqui a prova cabal q o ímpeto se foi esmorecendo , no entanto, é de salientar as conclusões a q se chegou na AGEDUM! Aguardam-se portanto novos desenvolvimentos, pois contrariamente ao q diz o Professor Luis Gonçalves n se tratam de situações pontuais!

Boa Sorte para o Recurso!

P.S- essa situação com o Monitor Cláudio é de facto elucidativa do q muito se passa na Escola de Direito!

S.S

Anónimo disse...

Caros colegas,

Desconhecia por completo algumas das situções que aqui foram referidas... a serem verdade são de facto graves e descredibilizam o ensino universitário e a posição dos docentes... mas na verdade já nada me surpreende depois de ter também tido conhecimento da história da Dr.a Jâcome já apontada anteriormente.

Quanto ao facto de se ter tornado evidente o esmorecimento da força dos estudantes, com sinceridade penso que, por um lado, se prende com um bom sinal - o de que estão a empenhar energias pessoais para a época de exames que atravessamos (pelo menos falo por mim) -; por outro lado, parece-me que falta o lume inicial que inicia a fogueira... É verdade que já muitos factos foram apontados - não nego! Mas a discussão passou muito, enquanto no blog da elsa, por manifestações de desagrado sem contudo se referir a matéria de facto que interessa. É preciso falar de factos concretos, histórias reais. Só com elas é que se conseguem atingir objectivos: primeiro, tocar-se os assuntos que efectivamente interessam para a resolução dos problemas; segundo, porque são estes mesmos factos que trazem os estudantes à discussão. Com sinceridade, eu também me canso ao entrar num blogue e ler uma quantidade de textos em que não se avança decisivamente em nada, ou em muito pouco. Quero com isto dizer que parece-me absolutamente necessário falar-se dos embróglios concretos que ocorrem diaramente na UM, mais precisamente na EDUM. Histórias de desrespeito, situações concretas de erros nas avaliações, erros graves, grosseiros, situações de incompetência e desrespeito da parte dos professores (e refiro-me apenas aos professores porque a nossa já a pagamos cara... nós já somos penalizados quando somos incompetentes e sômo-lo até sem o ser - vejam-se os resultados de muitas cadeiras!) Enfim... parece-me que enquanto a discussão não fôr seriamente encarada como o devia ser nada vai avanar em termos concretos. Conheço a AGEDUM do dia 11 deste mês, e louvo a AEDUM por este trabalho (demorado mas foi lá!) Agora é preciso insistir-se e não deixar esmorecer-se aquela iniciativa em folhas de papel apenas. É preciso levá-la avante dentro do possível claro. É preciso insistir para que haja dignidade na avalição sobre os exames universitários.

O anónimo da máquina de calcular.

Brasil Empreende disse...

Ola visitei seu blog e gostei muito e gostaria de convidar para acessar o meu também e conferir a postagem de hoje: Que Polícia é essa?
Sua visita será um grande prazer para nós.
Acesse: www.brasilempreende.blogspot.com
Atenciosamente,
Sebastião Santos.

Anónimo disse...

CASINO ESTORIL
Despedimento colectivo de 112 trabalhadores no Casino Estoril
Nestas condições não constituirá um escândalo e uma imoralidade proceder-se à destruição da expectativa de vida de tanta gente ? Para mais quando a média de idades das mulheres e homens despedidos se situa nos 49,7 anos ?
Infelizmente, a notícia de mais um despedimento colectivo tem-se vindo a tornar no nosso país numa situação de banalidade, à qual os órgãos de comunicação social atribuem cada vez menos relevância, deixando por isso escondidos os verdadeiros dramas humanos que sempre estão associados à perda do ganha-pão de um homem, de uma mulher ou de uma família.
Mas, para além do quase silêncio da comunicação social, o que mais choca os cidadãos atingidos por este flagelo é a impassibilidade do Estado a quem compete, através dos organismos criados para o efeito, vigiar e fazer cumprir os imperativos Constitucionais e legais de protecção ao emprego.
E o que mais choca ainda é a própria participação do Estado, quer por omissão do cumprimento de deveres quer, sobretudo, por cumplicidade activa no cometimento de actos que objectivamente favorecem o despedimento de trabalhadores.
Referimo-nos, Senhores Deputados da República, à impassibilidade de organismos como a ACT-Autoridade para as Condições do Trabalho e DGERT (serviço específico do Ministério do Trabalho) que, solicitados a fiscalizar as condições substantivas do despedimento, nada fizeram mediante as provas que presenciaram.
Não gosto de ver o caos em que puseram este país, por irresponsabilidade, por falta de respeito, pelo cidadão nos casos da justiça que a civilização criou como valores para a igualdade.
Muitas das vezes, os nossos governantes não têm a capacidade de perceber para onde nos estão a conduzir ou não têm a coragem de assumir. Isso custa-me, porque há vítimas que estão a sofrer imenso.
Por má gestão, por causa de carreiras meteóricas.
Não posso deixar de condenar, todo o governante ou político, que pôs o seu trajecto individual e social acima do trajecto colectivo.
Podem não se importar com as palavras, mas o certo é que não deixa de ser egoísmo, egocentrismo, quase tirania.
Quem com responsabilidades está por detrás deste despedimento ilegal, que leva o estado a suportar o subsidio destes 112 trabalhadores.